PenseLivre On Line

Como dizia apropriadamente Samuel Wainer: A PENA É LIVRE, MAS O PAPEL TEM DONO.
Os blogs permitem que, por algum momento, possamos ter a pena livre e, ao mesmo tempo, ter a propriedade do papel.
Neste blog torno públicas algumas reflexões pessoais, textos e publicações pinçadas da web e que me fizeram pensar e repensar melhor a realidade.
Este blog é uma pretenção cidadã e...nada mais!

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terça-feira, 19 de abril de 2016

"Hoje eu vou dormir com vergonha do meu país"

Domingo, 17 de abril de 2016.
"Hoje eu vou dormir com vergonha do meu país"
Assim se expressou minha neta, 12 anos, após o tenebroso espetáculo oferecido ao mundo pelos deputados do Congresso brasileiro.
Ainda chocado com o que vi e ouvi, hoje, segunda-feira, acordei melhor. O sono me recuperou do pesadelo, que tive acordado. Foi efetivamente um pesadelo.
Se ontem tive náuseas, hoje sinto apenas nojo. Nojo dos cunhas, bolsonaros e temers. Nojo daquele pântano de lama, verdadeira pocilga (que me perdoem os porcos!) cujo fedor deve estar incensando o mundo.
Ontem cheguei a me entregar ao desânimo.
Pensei em 'deixar rolar' e cuidar da minha vida. Deixar pra lá minhas preocupações com o coletivo e com a construção daquele outro mundo com que, do lado esquerdo das posturas políticas, sonhamos.
Sou médico e minha profissão me permite viver com a tranquilidade desejada. Ganho o suficiente para atender ao meu projeto de vida pessoal. Porque, então, me estressar com utopias?
Porém, bem diferente das imagens emanadas do palco fedorento da câmara federal, as outras imagens mostrando o mundaréu de gente, de povo, pelas praças e ruas do país, me provocaram. Me provocaram positivamente.
Percebi que ali, nas ruas, estava o verdadeiro Brasil. Sofrido, sabotado, enganado, mas verdadeiro. O Brasil de fato não estava no Congresso, estava lá, nas ruas. Apenas o lado podre do Brasil estava naquele palco podre do Congresso - reguardadas as poucas exceções (pois elas, felizmente, ainda existem).
Isto me fez pensar melhor.
A guerra não está perdida. Batalhas imensas se apresentam no horizonte. Podemos ganhá-las com as ruas. São as ruas que essa corja de deputados e senadores temem. O Temer teme. O Cunha teme. Os hipócritas daquele SIM temem.
Como diz Antonio Martins em Outras Palavras: "Uma nova governabilidade terá de ser conquistada
mais nas ruas do que nos corredores traiçoeiros do Congresso Nacional".
Portanto, "pela minha neta" eu digo SIM ao novo combate que se descortina.
Por mais modesta e pequenina que possa ser minha contribuição  estarei presente.

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