PenseLivre On Line

Como dizia apropriadamente Samuel Wainer: A PENA É LIVRE, MAS O PAPEL TEM DONO.
Os blogs permitem que, por algum momento, possamos ter a pena livre e, ao mesmo tempo, ter a propriedade do papel.
Neste blog torno públicas algumas reflexões pessoais, textos e publicações pinçadas da web e que me fizeram pensar e repensar melhor a realidade.
Este blog é uma pretenção cidadã e...nada mais!

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domingo, 5 de julho de 2009

PT, PMDB e a chave do cofre

A aliança do PT com o PMDB ameaça os planos Tucanos de retomar a chave do cofre republicano. O segmento paulista do PSDB ( FHC + SERRA + ALKIMIN + DASLU e etc) tem náuseas e vômitos com o fato de verem a chave do cofre com um nordestino semianalfabeto (será???). Querem essa chave de volta a qualquer preço.
A aliança dessa burguesia tucana com a mídia gorda não tem sido muito eficaz, mesmo com os escândalos consecutivos direcionados calculadamente para atingirem o Presidente Lula. Parece que não tem muita importância a corrupção como tal, é imperativo que se encontrem aquelas que possam desestabilizar o governo Lula. Caso contrário, não interessa.
Entretanto, quanto mais criam escândalos mais a popularidade do Presidente aumenta. Por uma razão muito simples: falta substância nas denúncias. E o sofrido povo brasileiro, tão semi-analfeto quanto o seu Presidente, fala uma linguagem diferente. Por outro lado, não se tem conseguido aquele escândalo com o qual os próprios acusadores não estejam envolvidos, haja vista mensalão, empreiteiras e quetais.
Vejamos o recente exemplo dos "atos secretos" do Senado.
Parece que são 650 "atos secretos" beneficiando senadores e seus afins.
Desses "atos secretos" alguns beneficiam o bigodudo José Sarney que, por coincidência, é o Presidente do Senado.
Digamos que dos 650 "atos secretos", dez concedam benefícios ao bigodudo e aos seus apaziguados. Restam 640 "atos secretos".
A quem beneficiam os demais "atos secretos"? Quais senadores fizeram uso desses atos? Parece que o DEM tem 14 senadores; o PSDB tem 13 senadores; o PMDB, a maior bancada, conta com 19 excelências no Senado. Quem desses consegue sair ileso da maracutaia?
Na minha santa ignorância não posso deixar de fazer algumas perguntas:
1. Porque só vira notícia os benefícios auferidos pelo bigodudo e seus afilhados?
2. Quem são e que benefícios auferiram as demais excelências?
3. Porque compete ao Presidente da República (que, por coincidência é o Presidente Lula) determinar a deposição do Presidente do Senado (que, por sinal é o bigodudo do PMDB) ?
4. Se o Presidente da República (que, por coincidência é o Presidente Lula) tem que determinar a renúncia do bigoduto, terá que determinar também a renuncia de, pelo menos, 4/5 do senado federal. Isto compete ao Presidente (que, por coincidência é o Presidente Lula)?
5. Não tenho escutado os discursos inflamados, e sinto falta deles, do neto do Senador Antonio Carlos Magalhães. Onde estão o Demóstenes Torres, Efraim Moraes, Magno Malta, Marcelo Crivela, Heráclito Fortes, etc, etc...?
Respondidas ou não as dúvidas acima, passa-me a impressão de que, na realidade, determinada mídia está pouco se incomodando com a corrupção.
Parece que, basta ler ou entreler o conteúdo das manchetes, o que importa são apenas aquelas corrupções que possam atingir, direta ou indiretamente, o presidente da república (que, por coincidência é o Presidente Lula).
Passa-me a impressão, também, de que essa campanha de determinada mídia tem muito pouco a ver com questões éticas ou morais e tudo a ver com o fato de que o PMDB confere apoio e sustentação política ao Presidente (que, por coincidência é o Presidente Lula).
Esse apoio do PMDB é uma ameaça aos planos da tucanada de tomar a chave do cofre republicano de volta. Daí torna-se imperioso provocar um racha do PT com o PMDB e, com isso, limpar a enlamaçada estrada de volta da tucanada ao ninho do planalto.
Só que Lula (por coincidência Presidente) tem se mostrado muito mais esperto do que os discípulos de FHC e não caiu na esparrela de exigir a cabeça do bigodudo.
Muito esperto, o Lula. Para decepção de suas excelências do PSDB e do DEM.
Parece que o golde não está dando certo.
Vamos ver qual será o próximo. Afinall não devemos subestimar a perseverança e a criatividade - duvidosa - da mídia gorda e seus vassalos.

imagem: http://cangarubim.blogspot.com/2009/07/heraclito-acusado-de-usar-e-omitir-atos.html

sábado, 4 de julho de 2009

Governo usará Caixa Econômica para aumentar concorrência no mercado de cartões


Até que enfim alguma coisa parece estar sendo articulada para diminuir a ditadura do Cartão de Crédito.
Vi a notícia no sitio do DIAP e deixo registrada neste meu caderno. Certamente não merecerá destaque na mídia gorda.
Afinal não consigo ver outra função para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil que não seja a função social: é no exercício dessa função que reside o seu lucro.
É óbvio que a "professora" de economia Miriam Leitão não concordará com a idéia e fará uma coluna no Globo explicando bem direitinho que o Banco do Brasil e Caixa Econômica irão amargar prejuízos e isso desagradará os acionistas. Haja saco.....

Parabéns Lula.


Sáb, 04 de Julho de 2009 14:39 - (Fonte: Correio Braziliense).


O Governo vai intervir pesadamente no mercado de cartões de crédito, considerado hoje o principal nó do mercado financeiro, por ser pouquíssimo regulado, o que facilita a cobrança de taxas de juros abusivas que chegam a 300% ao ano.
Além das medidas que estão sendo preparadas pelo Banco Central para enquadrar o setor, a serem anunciadas no fim de setembro, a Caixa Econômica Federal deverá criar uma empresa independente para administrar cartões, voltados, principalmente, à baixa renda, impondo maior concorrência no mercado.
"Vamos cuidar de todos os processos, desde a emissão do cartão até a instalação de máquinas no comércio e o processamento das operações", disse um executivo da Caixa.
"Não há mais como esse mercado ser dominado por apenas duas empresas (Visanet e Redecard), que impõem custos altíssimos aos comerciantes e aos consumidores. Isso não é compatível com o processo de concorrência que o BC está impondo ao sistema financeiro", acrescentou.
O modelo a ser executado pela Caixa ainda não está fechado. O banco pode operar de forma independente ou mesmo em parceria com outra empresa de menor porte que já tenha experiência no mercado de cartões de crédito, uma delas, a Hipercard.
"Tudo está sendo avaliado. O importante é que vamos entrar no mercado de cartões e usar a força da Caixa para pressionar a queda dos juros e dos preços dos serviços cobrados do comércio", afirmou o executivo do banco estatal.


Banco do Brasil


O Governo também pretende usar o Banco do Brasil para ampliar a concorrência no mercado de cartões. O BB é um dos principais acionistas da Visanet, que opera a marca Visa.
Por meio do BB, será possível mapear os custos operacionais da Visanet e verificar porque a empresa cobra tão caro dos comerciantes, sobretudo dos de pequeno e médio portes, para operar suas máquinas.
Há indicações de que, nos estabelecimentos beneficiados pelo Simples, os lojistas pagam mais pelo uso da rede de cartões do que em impostos ao Governo.
"É um tremendo absurdo", reconhece um técnico do Ministério da Fazenda, envolvido nas discussões governamentais sobre o setor.
Na avaliação do Banco Central, qualquer medida com o intuito de ampliar a concorrência no mercado de cartões e de reduzir os custos ao comércio e aos consumidores é bem-vinda.
Segundo técnicos da instituição, esse setor já se aproveitou demais da falta de uma regulamentação adequada para cometer abusos.
"Não há mais como fechar os olhos para as incorreções no mercado de cartões. Recebemos, por meio de uma audiência pública, 57 sugestões de mudanças e aperfeiçoamentos do setor. E vamos adotar tudo o que favoreça a ampla concorrência", assinalou um dos técnicos do BC.
Ele, inclusive, já dá como certa a liberação para que haja diferenciação entre o pagamento à vista e com cartão, hoje proibido.

Concentração


Diagnóstico da indústria de cartões no Brasil, feito pelo Banco Central com a ajuda da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, mostra que Visa e Mastercard respondem por mais de 90% das transações com cartões de crédito e de débito.
É um duopólio.
Para chegar a esse percentual, o Banco Central considerou apenas os cartões que podem ser usados no comércio em geral.
Na estatística não estão incluídos os cartões pré-pagos e os de loja, que só podem ser utilizados em estabelecimentos específicos
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