PenseLivre On Line

Como dizia apropriadamente Samuel Wainer: A PENA É LIVRE, MAS O PAPEL TEM DONO.
Os blogs permitem que, por algum momento, possamos ter a pena livre e, ao mesmo tempo, ter a propriedade do papel.
Neste blog torno públicas algumas reflexões pessoais, textos e publicações pinçadas da web e que me fizeram pensar e repensar melhor a realidade.
Este blog é uma pretenção cidadã e...nada mais!

Procuro por:

terça-feira, 15 de março de 2011

Niedja Amorim - MÃE PARA SEMPRE


Transcrevo abaixo mais uma matéria sobre o trabalho de minha irmã Niedja Amorim com alunos do Balé Bolshoi em Joinville (SC), publicada no Jornal A Notícia. Leia na fonte, se quiser.


Imagine se você, com dois filhos criados e uma filha pré-adolescente, ganhasse do dia para a noite mais dez filhos pré-adoles- centes? Foi mais ou menos isso que aconteceu com a advogada Niedja Amorim de Andrade, 58 anos. Há sete anos, ela se pre- parava para se aposentar depois de anos dedicados à Secretaria de Educação de João Pessoa, na Paraíba, quando recebeu a notícia: ela era a escolhida para virar a mãe social de sete pequenos paraibanos que haviam passado para estudar no Bolshoi.

“Eu nem sabia que existia este trabalho. Mas tentaram vários funcionários da secretaria e ninguém se encaixava no perfil. Até que me olharam e disseram: ‘Niedja, tem que ser você. Nós vimos como você criou os seus filhos, você é ideal para o trabalho’. Eu não pude resistir”, conta ela. Foi assim que mudou com a filha Thalita, na época com 13 anos, para Joinville e recebeu de braços abertos Rafaella, Aniele, Elisandra, Elizandra, Iure, Joalisson, Thales, Geovan, Luzemberg e Isaías.

Juntos, os 12 integrantes da casa tiveram que se adaptar à nova cidade e à nova rotina. Até então, nenhum deles havia sentido frio ou qualquer temperatura de menos de 25oC, mas no inverno de Joinville registraram o dia mais frio: 2oC. Além disso, era difícil aprender na escola quando nem entendiam o que os professores falavam. “Eles chegavam chorando em casa, reclamando que parecia outro idioma”, confessa Niedja.

Agora que as crianças viraram adolescentes e estão prestes a concluir o Bolshoi, a autoridade da mãe social se tornou mais difí- cil de aceitar, mas Niedja não liga. Ela sempre soube que este seria um desafio e que ter dez jovens

sob a responsabilidade dela iria requerer pulso firme. “Eles querem mais liberdade, às vezes a gente briga e eles choram como se fôssemos realmente mãe e filhos. Mas eles entendem que não são como os outros, que precisam dormir cedo e estudar muito para terem êxito no Bolshoi”, afirma.

Niedja já sabe que falta pouco para que estes filhos partam para o mundo: o mais novo já está no sexto ano, e seis dos dez filhos sociais se formam este ano. Ela também sabe que ganhou um privilégio ao poder acompanhá-los nessa trajetória da infância para a juventude e que os laços formados em todos estes anos não irão mais se desfazer. O laço dela com Joinville também não: a filha Thalita, hoje com 20 anos, está fazendo faculdade em Joinville e, com a tão merecida aposentadoria chegando, Niedja não pensa em outro lugar para viver.

Nenhum comentário: