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Como dizia apropriadamente Samuel Wainer: A PENA É LIVRE, MAS O PAPEL TEM DONO.
Os blogs permitem que, por algum momento, possamos ter a pena livre e, ao mesmo tempo, ter a propriedade do papel.
Neste blog torno públicas algumas reflexões pessoais, textos e publicações pinçadas da web e que me fizeram pensar e repensar melhor a realidade.
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sábado, 3 de abril de 2010

A mídia gorda assume seu partido

Há pouco tempo Barack Obama deixou claro para o mundo que determinadas empresas jornalísticas não fazem jornalismo e assumem, nem sempre veladamente, a posição de portavoz de partidos políticos (ele se referia à poderosa FOX NEWS). Qualquer leitor minimamente atento e informado já se deu conta desta mesma situação no Brasil. Ou seja a campanha eleitoral da oposição neoliberal (leia-se PSDB/DEM/ e quetais) já começou desde o início do governo Lula.
Dentro desta ótica, gostei do que li e transcrevi abaixo.
Se quiser beba na fonte:
Jorge Furtado - Blog da Casa de Cinema

Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa
brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas
do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).

A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através
das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação
Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em
declaração ao jornal O Globo:
“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a
posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente
fragilizada.”


A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma
assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição
oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição
está profundamente fragilizada”.

A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição
“deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como
ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os
jornais).

A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus
filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos
seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato
de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu
estado (São Paulo).

Propriedades privadas, gozando de muitas isenções de impostos para que
possam melhor prestar um serviço público fundamental, o de informar a
sociedade com a liberdade e o equilíbrio que o bom jornalismo exige, os
jornais proclamam-se um partido, isto é, uma “organização social que se
fundamenta numa concepção política ou em interesses políticos e sociais
comuns e que se propõe alcançar o poder”.

O partido da imprensa se propõe a alcançar o poder com o seu candidato,
José Serra. Trata-se, na verdade, de uma retomada: Serra, FHC e seu
partido, a imprensa, estiveram no poder por oito anos. Deixaram o
governo com desemprego, juros, dívida pública, inflação e carga
tributária em alta, crescimento econômico pífio e índices muito baixos
de aprovação popular. No governo do partido da imprensa, a criminosa
desigualdade social brasileira permaneceu inalterada e os índices de
criminalidade (homicídios) tiveram forte crescimento.

O partido da imprensa assumiu a “posição oposicionista” a um governo que
hoje conta com enorme aprovação popular. A comparação de desempenho
entre os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula, Dilma) e do
partido da imprensa (FHC, Serra), é extraordinariamente favorável ao
primeiro: não há um único índice social ou econômico em que o governo
Lula (Dilma) não seja muito superior ao governo FHC (Serra), a lista
desta comparação chega a ser enfadonha.

Serra é, portanto, o candidato do partido da imprensa, que reúne os
interesses da direita brasileira e faz oposição ao governo Lula. Dilma é
a candidata da situação, da esquerda, representando vários partidos,
defendendo a continuidade do governo Lula.

Agora que tudo ficou bem claro, você pode continuar (ou não) lendo seu
jornal, sabendo que ele trabalha explicitamente a favor de uma
candidatura e de um partido que, como todo partido, almeja o poder.

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Annita Dunn, diretora de Comunicações da Casa Branca, à rede de
televisão CNN e aos repórteres do The New York Times:

"A rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o
setor de comunicações do Partido Republicano" (...) "não precisamos
fingir que [a Fox] seria empresa comercial de comunicações do mesmo tipo
que a CNN. A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa
Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização
trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico.
Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à
imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num
debate com o partido da oposição."

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